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7º Lição = Como Fotografar?

Como Fotografar?

A questão que mais confunde os fotógrafos iniciantes é que, para expor o filme ou sensor, os três dispositivos básicos utilizados na exposição (diafragma ou íris, velocidade do obturador e ajuste de sensibilidade) são GRANDEZAS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS. Desta forma, para melhor explicar, apresentamos uma analogia desenvolvida pelo autor, como um interessante recurso didático: A Caixa D’Água.

ANALOGIA: A CAIXA D’ÁGUA
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Tal como ocorre com a exposição de uma imagem durante um registro fotográfico, uma caixa d’água conta com elementos semelhantes para que fique 100% cheia. Ou seja, o tempo gasto para que uma caixa se encha plenamente, sem jogar água fora, depende do tamanho do recipiente e de quanto aberta está a torneira. Certo?
Desta forma, para encher uma caixa com capacidade de 1 litro de água, por exemplo, contando uma torneira aberta pela metade, leva-se, hipoteticamente, 3 segundos, para que se encha sem transbordar.
Caso aumentemos a abertura da torneira para ¾ de vazão, para encher o mesmo recipiente, o tempo reduzirá em 1 segundo. No mesmo raciocínio, caso fechemos um pouco a abertura da torneira para ¼, o tempo gasto subirá em 1 segundo, conforme se pode notar na ilustração ao lado.
Portanto, a cada passo que damos na abertura ou fechamento da torneira, diminui ou aumenta em um segundo, respectivamente, o tempo adequado para enchê-la. Seguindo o mesmo raciocínio, caso o volume da caixa seja aumentado, ou levará mais tempo para enchê-la com a mesma vazão ou teremos que compensar com uma maior abertura da torneira. Não é?
Finalmente, pode-se concluir que, com a máquina fotográfica, o registro da imagem ocorre da mesma forma. Assim como há a abertura da torneira, a máquina fotográfica conta com a abertura da lente, realizado pelo ÍRIS ou DIAFRAGMA. O tempo em que o sensor ou película fotográfica ficará exposto é definido pelo ajuste de VELOCIDADE DO OBTURADOR. Já o volume da caixa d’água foi usado para exemplificar como funciona o ajuste de SENSIBILIDADE, conforme pode-se ver nas ilustrações a seguir.
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De forma análoga ao enchimento da caixa d’água, o ato de fotografar, também, segue os mesmos efeitos causados por GRANDEZAS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS. A cada passo de velocidade de obturação que é acrescido, ou seja, que aumenta-se a velocidade de abertura da cortina, faz-se necessário que compense com um passo de abertura do diafragma ou que aumente em um passo a sensibilidade.

COMO TIRAR UMA FOTOGRAFIA NO MODO MANUAL, SEM FLASH? (Recomendado para câmeras que possuam posição Manual (M))

1. Ajuste a máquina fotográfica para exposição manual (M).
2. Ajuste a sensibilidade da câmera (valores menores garantem melhores resoluções e os maiores são mais indicados para ambientes mais escuros ou que não se podem usar flashes).
3. Escolha se prefere priorizar o valor do diafragma ou da velocidade do obturador e fixe o valor desejado. Velocidades muito baixas fazem fotos tremidas.
4. Ajuste o balanço de branco, de acordo com a iluminação predominante (só câmeras digitais).
5. Faça o enquadramento da composição.
6. Ajuste o foco.
7. Faça a fotometria, apertando levemente o obturador. (Como cada máquina possui uma forma de apresentar a leitura, é indicado ler o manual. Em geral, fotometrias com iluminação deficiente fazem com que o Led verde fique piscando e que apareça uma marca na escala de compensação indicando a super ou subexposição. Quando a luz está correta, o Led fica aceso, sem piscar, e a marca de compensação situa-se ao centro.).
8. Ajuste o valor do diafragma (se preferiu fixar a velocidade) ou a velocidade (se fixou o diafragma) até que o Led verde pare de piscar e permaneça aceso. Caso em todos os ajustes o LED permaneça piscando, poderá ser necessário abaixar ou aumentar o valor fixado, por ter sido fixado além do valor possível.
9. Recomponha o enquadramento.
10. Dispare a foto.

COMO TIRAR UMA FOTOGRAFIA MANUAL, COM FLASH MANUAL? (Recomendado para câmeras que possuam posição Manual (M) e que tenham sapatas para flashes externos.)

1. Ajuste a máquina fotográfica para exposição manual (M).
2. Ajuste a sensibilidade de ASA do flash e o coloque na posição manual (M).
3. Ajuste o balanço de branco para a posição flash (só as câmeras digitais).
4. Saiba qual é a velocidade máxima de sincronismo entre a máquina e o flash e a ajuste com valor menor ou igual ao limite de velocidade. Velocidades ajustadas acima do limite fazem com que apenas parte da imagem saia iluminada e muito baixas fazem fotos tremidas.
5. Ajuste o foco e leia qual é a distância aferida.
6. Leia a tabela do flash e ajuste o número de diafragma correspondente para a distância do objeto em foco e em função da sensibilidade do filme ou do sensor.
7. Recomponha o enquadramento.
8. Dispare a foto.

COMO TIRAR UMA FOTOGRAFIA MANUAL, COM FLASH AUTOMÁTICO? (Recomendado para câmeras que possuam posição Manual (M), com flash externo automático.)

1. Ajuste a máquina fotográfica para exposição manual (M).
2. Ajuste a sensibilidade de ASA do flash e o coloque na posição AUTO (M).
3. Ajuste o balanço de branco para a posição flash (só as câmeras digitais).
4. Saiba qual é a velocidade máxima de sincronismo entre a máquina e o flash e a ajuste com valor menor ou igual ao limite de velocidade. Velocidades ajustadas acima do limite fazem com que apenas parte da imagem saia iluminada e muito baixas fazem fotos tremidas.
5. Ajuste o diafragma da câmera, de acordo com o valor recomendado na tabela do flash (posição: automático).
6. Ajuste o foco e confira se a distância encontrada está dentro do limite da escala automática do flash.
7. Recomponha o enquadramento.
8. Dispare a foto.

COMO TIRAR UMA FOTOGRAFIA NO MODO AUTOMÁTICO? (Recomendado para câmeras que possuam, pelo menos, uma das posições automáticas descritas.)

1. Escolha qual programa prefere e que esteja disponível:foto29
a. Green Zone (Quadro verde) – Modo automático pleno. Basta apontar e disparar a foto. A câmera,
automaticamente, ajusta o foco, a sensibilidade, o balanço de branco, aciona o flash se necessário (com Red Eye Reduction) e salva na melhor resolução possível.
b. Program (P): Modo semi-automático. A câmera toma as principais decisões (de velocidade e de abertura de diafragma), mas o fotógrafo pode interagir e alterar alguns ajustes (formato de arquivo a ser salvo, ISO, balanço de branco, acionamento do flash etc.).
c. Shutter-Priority (Tv): Prioridade de velocidade do obturador. O fotógrafo fixa a velocidade e a câmera encontra qual o diafragma necessário. Todos os demais ajustes podem ser definidos manualmente.
d. Aperture-Priority (Av): Prioridade de abertura de diafragma. O fotógrafo fixa a abertura e a câmera encontra qual a velocidade necessária. Todos os demais ajustes podem ser definidos manualmente.
e. Automatic Deph-of-field (A-Dep): O fotógrafo informa (primeiro toque leve no obturador) qual é o primeiro plano focal e o último (segundo toque leve no obturador), que a câmera calcula os ajustes de diafragma e velocidade necessários. Todos os demais ajustes podem ser, também, definidos pelo fotógrafo.
f. Portrait: A câmera toma as decisões essenciais para se tirar uma boa fotografia de retrato e não permite ajustes manuais de outras funções. Procura por diafragmas mais abertos para desfocar o fundo.
g. Landscape: A câmera toma as decisões essenciais para se tirar uma boa fotografia de paisagem e não permite ajustes manuais de outras funções. Procura usar diafragmas mais altos, para manter em foco o máximo de assunto possível.
h. Close-up: A câmera toma as decisões essenciais para se tirar uma boa fotografia de retrato e não permite ajustes manuais de outras funções. Procura por objetos a curta distância.
i. Sports: A câmera toma as decisões essenciais para se tirar uma boa fotografia de ação e não permite ajustes manuais de outras funções. Procura usar as mais altas velocidades de obturador possíveis, para congelar a cena.
j. Night Portrait: A câmera toma as decisões essenciais para se tirar uma boa fotografia de retrato à noite e não permite ajustes manuais de outras funções. Ela procura abaixar a velocidade de sincronismo e diminuir o diafragma (abrir) para explorar ao máximo a iluminação local, permitindo que o fundo apareça. É preciso tomar cuidado para não tremer a foto, como fazer uso de tripé.
k. Flash off: Modo para desabilitar o flash para locais onde não possa ou deva ser usado. A câmera toma todas as demais decisões. É preciso tomar cuidado para não tremer a foto, como fazer uso de tripé.

2. Aperte, levemente, o obturador e verifique se o Led indicador de condição de foco e de exposição sinaliza como situação positiva (aceso, sem piscar), caso contrário, verifique o problema no manual da câmera e trate-o.
3. Ajuste os itens restantes, caso necessário (ISO, resolução da foto, balanço de branco etc.).
4. Recomponha a foto.
5. Dispare.

COMPENSAÇÃO OU BACK LIGHT
foto30Praticamente, todos os recursos automáticos falham, por mais precisos que sejam os sensores de distância e de fotometria. Isso ocorre porque, na verdade, a câmera, por mais que seu programa se esforce, não sabe, exatamente, qual é o objetivo do fotógrafo.
Em composições com predominância de cores escuras, caso o fotógrafo queira registrar um pequeno objeto claro, haverá a tendência de “estourar” a luz no objeto, porque o sistema automático da câmera tentará clarear o restante da composição (que preenche a maioria do quadro). De forma análoga, objetos dispostos diante de uma forte contraluz, a câmera tenderá cortar o excesso de claridade do fundo, deixando o objeto principal ainda mais escuro, conforme se pode notar na foto à esquerda.foto31
Para corrigir essas aberrações de interpretação em situações críticas, algumas câmeras contam com recursos especiais, como Anel de Compensação (presente em equipamentos mais avançados, que, geralmente, permite correções de +2 a –2 pontos de correção) ou com a função Back Light (que, geralmente, aumenta em 2 pontos a exposição para situações de contra-luz), conforme se pode ver o resultado na foto à direita.

DICA 1: FOTOGRAFIA COM FLASH
foto32Nem sempre o flash precisa ser a luz principal e única de uma cena. Mesmo numa praia ensolarada, o uso do flash pode ser muito útil para correção de sombras muito duras. A luz do flash, portanto, pode e deve ser usada como luz de enchimento ou de correção de sombras, para conseguirmos detalhar relevos e texturas ocultas pela sombra. Explore a iluminação ambiente interna, à noite, abaixando a velocidade até que consiga segurar a câmera sem tremer e explore diafragmas e rajadas de flash mais brandas, para registrar toda a cena, evitando que o fundo fique escuro demais.

DICA 2: MULTIEXPOSIÇÃO
Para quem não quer usar um editor de fotos, como o Adobe Photoshop, há algumas câmeras profissionais convencionais (filmes) que contam com recurso de multiexposição. Consiste em um recurso que, ao sensibilizar a película, a câmera não avança o filme para a próxima chapa, até que o programa termine, permitindo que, uma mesma chapa seja sensibilizada mais de uma vez. Para tal recurso, demanda-se muita habilidade do fotógrafo e de conhecimento técnico, para que partes da composição não saiam “veladas”.
LEMBRETE:
PARA DIMINUIR A PROFUNDIDADE DE CAMPO:
Use a objetiva com distância focal acima de 70mm e/ou
Abra o DIAFRAGMA até conseguir a profundidade desejada, compensando com o aumento da VELOCIDADE.

PARA CONGELAR A CENA:
Aumente a VELOCIDADE, compensando com a abertura do DIAFRAGMA.

PARA DIMINUIR DISTORÇÕES NA IMAGEM:
Use objetiva com distância focal acima de 70mm.

PARA CAPTURAR CENAS SEM TREMIDOS:
Use sempre um tripé em baixas exposições ou quando estiver usando uma teleobjetiva ou com zoom muito puxado.

Exercício prático 8: Explore todas as funções automáticas e manuais presentes na sua câmera, registrando fotos de teste, e eleja as que mais gostou e justifique a resposta.

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